Perguntarão por ti...
Havia no ar um misto de brandura e ausência, uma vontade indefinida, confinada a uma leviana impotência.
Ainda não haviamos decidido o que fazer com a tua falta, nem sequer se algo carecia ser feito.
Supusemos que seria melhor minorar esse efeito. Conjecturamos, ainda assim, que nem razão, nem motivo, conteriam tão almejada serenidade.
E enquanto observavamos a indecisão do tempo lá fora, espelhado no espirito cá dentro, sorviamos uma infusão de recordações. Em cada gole, uma palavra, um gesto, um sorriso.
Manhã cedo, fazia sol, poucas horas passaram e já chovia...
A colher, em movimentos de rotação espirais, retorna sempre ao mesmo ponto...
E em que ponto ficamos, aquando da tua inexistência?
Chove lá fora...
E que diremos, quando nos perguntarem por ti?
1 Comments:
por baixo da esperança, antero de quental sentou-se e suicidou-se
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