quinta-feira, 30 de março de 2006

A corda!

Acorda,
Deixa o limbo quente
E penosamente regressa ao teu lugar.
É dia de labuta,
Pesa já no corpo
O suor salgado
Desta mais uma cabeça de gado
que não se quer deixar matar.
Acorda, é dia de romaria,
Força,
Carrega o andor.
Que santo te ajuda,
Quando olhas em redor
E te vês no deserto?
Cacto espinhoso,
Quem te quer abraçar?
Abraça forte a almofada,
Dorme descansado,
Que o despertador logo alerta,
Quando, na hora certa,
Tiveres de acordar!
Por entre som e silêncio,
Anula o pensamento,
Para que queres despertar?!
Acorda!
Acorda!

2 Comments:

At 11/04/2006, 15:36:00, Blogger Andre said...

o pior do dia é mesmo o acordar...

 
At 12/04/2006, 00:40:00, Blogger Castromind said...

Luzinha da minha vida:
Este é um dos melhores textos que li desde que acordei.
Talvez a referencia à labuta, ao suor, e à cabeça com os respectivos acessórios poderão ter conotações autobiograficas, que só a ti dizem respeito. A partir daqui colo-me ao teu sentimento. A referência à romaria, que creio que a colocas em sentido metaforico, para a seguir te encontrares perdida e com uma ideia negativa da propria pessoa. Cacto espinhoso quem te quer abraçar? Devem haver resmas deles. Mas serão rosas, senhora... perfumadas, com espinhos.
Enfim, acordemos neste dia sem fim seguro. Um acordo selado com sangue suor e lágrimas. Com um beijo, se necessário, que os nossos sexos não condizem com apertos de mão. Acordemos acordar. Com corda?

 

Enviar um comentário

<< Home