Covid
Peço te que te demores nesta infância deliciosa quando te vejo crescer. No estômago, voam borboletas, ao ver-te percorrer as etapas que juro se terem antecipado. Como pode? Ainda ontem nascias de mim, com tanta confusão, hesitações, desacelarações, monitorizações, e eu, invadida por uma calma confiante, trouxe te até aqui. Ainda ontem te nasciam os dentes, e hoje já começas a renegar os de leite, já um definitivo pede para tomar o seu lugar. Vejo te a absorver o mundo, reconheço te raciocínios e sorrio "Lógica, Matemática... Estás a ficar uma senhora!" Peço te para não cresceres tão depressa quando te acaricio as costas e te beijo... Como te explicar que não te devo beijar? Como é que eu te posso pedir para seres forte e compreenderes que para teu bem, vamos ter que nos afastar? Como é que te explico que te amo e por isso te darei a distância como uma dádiva? Como é que te peço que cresças devagar, mas que sejas grande, nos tempos que se aproximam? Meu amor, meu Amor, a mãe vai trabalhar...
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