terça-feira, 22 de novembro de 2005

O Porquê...


...São 2h da madrugada e eu trabalho...
Estou cansada, cheia de dores na alma, porque o euromilhoes cisma em não me sair, e uma cisma é pior que uma doença!
Não que eu seja muito apegada ao dinheiro, que não sou, quando o tenho, distribuo-o logo pelas minhas lojas e restaurantes preferidos, mas aproveitava e fazia uma viagem de férias, agora mesmo, e talvez a prolongasse, sei lá, até aos...40, 50 anos, depois eu pensava melhor nisso!
E me lembro de ti, senti que me compreendias, e assim seria mais facil dares-me a volta, até com um sorriso na cara...
Não! O sorriso estampado no rosto viria depois ... , mas não sei se, ainda que sendo estas horas, poderei falar pornograficamente, ou se estarás a ler isto no "emprego" e a esconder de alguém... Provavel é que nem o leias...
Tenho saudades de conversar contigo como faziamos, até altas horas da madrugada, e de viver um pouco atraves de ti, que eu, sem o euromilhoes, sou uma triste, que alterna entre trabalhar, trabalhar e estudar, que aliás, era o que eu devia estar a fazer!
Deveria aproveitar este tempo, mas o dever para mim torna-se tão aborrecido, que certamente adormeceria...
Fui até à praia, estive lá, mas o mar estava tão bravo que nem lhe falando ao ouvido ele cedeu aos meus encantos, e não me kis abraçar.
Eu, tonta que não sou, também achei por bem manter a distancia minima de segurança, não fosse um desses ataques de furia maritima engolir-me numa vaga, e crescer-me uma cauda de sereia.
É que com a minha voz, nenhuma bruxa me venderia pernas, e eu acabaria por não poder beijar o meu principe.
Beijei o mar à distancia, enquanto o frio me tolheu a pele, e me congelou um pouco a alma.
E eu, como a bateria dos telemoveis, carregando alguns minutos para fazer a proxima chamada, ansiosa pelas horas agarrada à corrente, porque começo a ficar viciada, e em breve durarei cada vez menos...
E tu, distante... quantos quilometros de Outubro a Novembro? De Novembro a Outubro, muitos mais!
Deixo-te, que cansado estarás de tentar decifrar este jorrar de confusas ideias, com um osculo suave, leve, inocente e como conveniente, muito discreto! Na face....
(nota: imagem de Vieira da Silva, banda sonora Clã - Problema de Expressão)

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

Ouvindo...

...mais atentamente musicas que me agradam, e que eu não sabia gostar... Por agora, Oh!September, que também podia ser October, ou ainda pior, November! É o delirio total!!!!

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Como chegamos aqui?

Conforme planeado, nada correu como o previsto!
As surpresas, as incertezas, o destino…
Aquilo que deixei ao acaso, aquilo que planifiquei e fugiu ao meu controle, o futuro incerto, o futuro tão perto, e nós aqui!
O meu perfeito plano, que nunca deu certo…
E eu aqui, esperando, desesperando, sem saber de ti…
Eu aqui, crente, fiel, paciente…
Tu, distante, pairando como uma sombra, uma ausência notada, uma falta de…
Uma multiplicada hera, que cresceu em meu coração, o invadiu, lenta e discretamente, até ao sufoco…
Planta daninha que trepou pelo meu corpo, se alimentou no meu pensamento, enraizado em mim.
E eu, alinhada em ti, tentando perceber-me entre as tuas folhas, entre os teus caules, entre as tuas raizes, tentando, não querendo, libertar-me de ti ...
Poque eu fiz tudo direito!
Mas, como mais uma entre tantas outras vezes, deu tudo para o torto!
E assim é, como pensei que fosse, como sabia, como sentia, e nunca quis crer!
Soube-o, senti-o...
Ignorei-o!
Porque não o planeei!
Não foi o que sonhei!
Não foi o que pedi!
O que me aconteceu a mim?
O que foi feito de ti?!
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sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Equações....

....Para que servem esses sinais, se depois dos iguais, já mudaram de valor?

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Silêncios...

Como na vida real...
Silêncio!
Nem um som.
Não encontro as palavras...
Não fazem sentido, não dizem tudo aquilo que se cala!
Imagino mil dialogos...
Inconcretizaveis,
Irreais,
Despropositados!
E tranco os meus lábios...

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Meu gato...


Viras-me do avesso...
Troco as sombras pelas cores,
O silêncio pelo som!
Viras-me ao contrário,
Já nem te contrario...
Porque és tão fugidio?
Piso terreno escorregadio...
Sou gato sapato,
Fantoche na tua mão...

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Ao mar....



A cadência triste e circular desta melodia, o barroco, com as suas redundâncias, escondendo o essencial. Como se o essencial fosse proibido, como se despido de artifícios fosse forte, bruto, rude demais. Como se intolerável, insustentável, incompreensível… E por isso as explicações, os exageros, desnecessárias comparações. Por isso repetida e retorcida, a embelecida melodia! … O diálogo rebuscado dos instrumentos, elevando-se no ar, descrevendo cornucópias, enquanto suavemente desliza, regressa ao ponto de partida, sem nunca de lá ter saído.
Nota após nota, sustenidos e bemóis, pausas, claves e escalas, pontos minúsculos, como formigas em carreiro, passeiam pela pauta, e a linguagem que alguns lêem, apenas alguns a entendem, oh, quantos a sentem? Quantos conseguirão alcançar a beleza do silêncio, a sua terna harmonia? Porque o silêncio ecoa, percute dentro de nós, quando o sentimento não se cala… Porque o silencio é de ouro, e precioso, e raro, e, embora denso, incrivelmente transparente!
Aplausos! Não poderia esperar menos para este concerto! Cada nota afinada, bem tocada, coordenada, magistralmente interpretada, divinamente regida. O que isto me diz? E o que me diz? Nada!
Compreendes? Perdeste-te também tu entre rococós, esqueceste a geometria clássica, simétrica, a simplicidade, a beleza despida… os corpos espelhados, despojados de artifícios, encontrados no rebuliço constante, porque naquele instante, não é preciso dizer nada.
Entendes? Lembras o princípio? Quando tudo era simples? Mas nem por isso, nem nunca, banal! Essencial!
O início da vida, a primavera a despoletar cores e aromas nas tímidas flores que colhemos juntos no imaginário jardim! Sementes darão frutos, corar-se-ão ao fogo de ouro resplandecente do astro rei. Ceifados os campos, cantadas as vindimas, e, no arder da lareira, esperar de novo o novo, o começo, o fim da espera. Ciclo que se cumpre…
Apetece-me rasgar a água, o meu corpo como uma navalha, sangrar a dívida de prazer que tenho com o meu ser! Deslizar entre o verde ondulado, sentindo na minha pele toda a força das marés, o girar da terra, o satélite da lua, o espaço. E ainda escuto o murmúrio do mar, as ondas, o som que produzem. É puro! Escuta! Sente! Em cada vaga, a mesma cadência, o mesmo sussurrado desejo, o salgado beijo do mar na areia, o seu suave embalar… E quando revolto, irado, o mar salgado me quiser afogar, nado até à costa, deixo-me flutuar.
Sente na pele a brisa, no ar, o cheiro da maresia, e dos fins de tarde em qualquer piscatória aldeia, a nostalgia, a aventura, a dúvida de regressar. Porque o mar companheiro, o mar traiçoeiro. E o coração em sobressalto, de tanta espera, aprendeu o mar a amar.
A costa recortada pelo continuo impacto da agua, escarpas, precipícios, grutas frias e húmidas, escorridas estalactites de sólidas lágrimas, e as pequenas plantas e pássaros, que riem das tempestades, que peitam o frio e persistem na encosta.
Todo o som cadenciado das ondas, recuando e avançando, a azafama das gaivotas, berrando a fome de peixe, a fome de peixe… e o peixe feito milagre, o vinho feito sangue, e o sangue derramado para nossa perdição! Porque nesta costa me perco, me deixo levar… porque te recordo, porque tu, sempre aqui, me acompanhas. As cigarras, juraria que é teu nome que cantam… e o cheiro que vem da terra, o cheiro do fim de tarde, do sol se pôr, do regresso a casa, de mais uma etapa cumprida, invadindo as narinas, preenchendo os sentidos…relaxar, inundar-me de paz, diluir-me na natureza, unir-me a ti, que me aguardas, descalço, tronco nú crestado pelo sol, sentado na sombra do alpendre, cantarolando uma música que já tinha esquecido. Casa! Meu lar, as brancas paredes caiadas, as espessas e frescas paredes que guardam e aguardam o meu regresso. O meu pouso seguro.
Porque férias são férias, percorremos a costa da preguiça com a mochila às costas, com a leveza duma bailarina num lânguido bailado, em pontas de pés…silenciosamente…

Mais uma vez...


Esta angústia indefinida, este aperto em forma de suspiro, que se escapa entre um encolher de ombros, numa resignada tristeza. A melancolia que me invade, e que já faz parte de mim, arrastando-me para o fundo, enquanto, teimosamente, nado rumo à superfície. Emergir tempo suficiente para mais uma baforada de ar, e de novo submergir no salgado mar de lágrimas que não choro. Sentir sobre mim a imensidão. É esmagadora a diminuta dimensão do meu querer poder, quando posso querer. Compreender que me compreendo, que me perco, mas sempre me encontro, nunca onde gostaria de estar, e sempre que me acho, acho-me nesta apatia. Drenada de forças, porque nunca as reuni. E espreito-me pelo vidro da janela da minha alma, e chove cá dentro…

terça-feira, 1 de novembro de 2005

Madrugadas em Branco


Todas aquelas noites que passo sem dormir, alternando entre o dever, o querer, o não poder....
Aquelas madrugadas em branco...
Os amanheceres: dolorosos, preguiçosos, ansiosos, gloriosos...
Eu... Sempre eu... Quantas vezes apenas eu...



...



............................................................Suspensa no tempo...

A Importância das Pequenas Coisas

Leio...Reencontro em mim o Prazer das Palavras a percorrerem o meu corpo. Encanto-me! Deixo-me levar para outros mundos. Vivo, através dos livros, outros sonhos, outras epocas, outras realidades. Esqueço o À Minha Volta, porque já envolta em guttenberguianas carreiras de perfiladas letras, deslizo às minhas Memórias, recordo-me de Mim. Reencontro-me! E encontro-te onde te deixei, na amalgama dos Pensamentos, num Olhar, num Sorriso, num Toque, numa Palavra, numa Musica, numa Pequena Coisa. São estas Pequenas Coisas que te trazem a mim, conheço-lhes a Importância. Porque elas, insinuosas, Crescem dentro de Mim....